sábado, 19 de março de 2016

#ProteçãoPrimeiro; Uso excessivo da pilula do dia seguinte

Presente no mercado farmacêutico brasileiro há pouco mais de dois anos, a “pílula do dia seguinte” tem sido usada por muitas mulheres como um método anticoncepcional convencional. Por total falta de informação, ou mesmo por comodidade, as mulheres estão usando o medicamento de forma irregular. O contraceptivo, feito para ser usado em casos de exceção, se consumido de forma indiscriminada pode causar riscos à saúde, devido à grande concentração hormonal.

De acordo com o ginecologista Alfredo Mendonça Souza, a “pílula do dia seguinte” é recomendada no combate a uma gravidez indesejada depois de uma relação sexual de risco, como estupro e falha de outros métodos contraceptivos (como rompimento do preservativo).
Ele frisa que se trata de uma medicação de emergência, pois o índice de falha e a quantidade de hormônios são grandes. “Em dois comprimidos a quantidade hormonal é quase a mesma de uma cartela de pílulas anticoncepcionais”, afirma.


Para uma maior eficácia, Souza diz que a pílula deve ser consumida até 24 horas depois da relação sexual de risco. Quanto mais rápido o medicamento for ingerido, maior será seu efeito. “Se a mulher tomar os comprimidos logo após a relação, supostamente fertilizante, a eficácia é de quase 100%. Ou seja, a eficiência é tanto maior quando mais imediata for a ingestão da pílula”, adverte. O tratamento é dividido em duas doses com intervalo de 12 horas.
O ginecologista explica que a alta dose do hormônio progesterona presente no medicamento causa uma série de interferências no organismo da mulher. A pílula provoca uma menor movimentação das trompas, bloqueia a saída do óvulo do ovário e causa a descamação do endométrio. Se a fecundação ainda não aconteceu, a pílula dificulta o encontro do espermatozóide com o óvulo. Se ela já ocorreu, a pílula provoca a descamação, impedindo a implantação do ovo fecundado. Desta forma, a mulher não chega a ficar grávida.
A grande dosagem hormonal contida nos comprimidos pode trazer alterações no ciclo menstrual de algumas mulheres, podendo tanto adiantá-lo quanto atrasá-lo. Também pode causar náuseas, enjôos e dores de cabeça. Por isso, Alfredo Mendonça alerta que é necessário consultar um médico para saber se é necessária ou não a ingestão da pílula. “Existem períodos no ciclo menstrual em que não há possibilidade da mulher engravidar. Então, é preciso fazer uma análise de cada caso para saber se realmente é indicado o uso do medicamento”, enfatiza. Já o uso constante acaba gerando problemas hormonais, sangramentos e outros “incômodos” para as mulheres. “Toda medicação é dosada para ser usada com critérios. Se a pessoa não obedecê-los, irá sofrer as conseqüências danosas do mau uso”, lembra. Além dos efeitos colaterais, o médico ressalta que o uso freqüente, como duas vezes no mês, por exemplo, faz com que a medicação perca sua eficácia. Assim, o ginecologista ressalva que em hipótese alguma a pílula deve ser ingerida como um contraceptivo convencional, mas só como um método excepcional.


O uso exagerado da pílula do dia seguinte pode trazer complicações em gravidezes futuras. A quantidade excessiva de hormônios aumenta a probabilidade de uma futura gravidez ectópica (quando o bebê é gerado fora do útero). Os especialistas lembram que nem todas as mulheres podem fazer uso desse método, como, por exemplo, aquelas que têm doença no sangue, problemas vasculares, são hipertensas ou muito obesas.
Há dois tipos de pílula do dia seguinte: dose única, que deve ser tomada em até 72 horas após a relação sexual; e dois comprimidos, um ingerido após a relação e outro depois de 12 horas. No entanto, os dois devem ser tomados o mais rápido possível. Quanto mais tempo demorar, menor a eficácia.

Por fim, os especialistas lembram que nenhum método contraceptivo hormonal previne contra doenças sexualmente transmissíveis, e só o uso da camisinha é capaz disso.

Fonte: Uol e Boa Saúde.

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